Benzema mantém Real vivo contra o Chelsea

Foi tudo igual! No jogo de ida das semifinais da Champions League, Benzema livrou o Real Madrid de uma derrota contra Chelsea, dentro de casa, no Estádio Di Stéfano. O placar de 1 a 1 é favorável à equipe londrina, que joga por um placar sem gols no duelo da volta.

Christian Pulisic foi o autor do gol Chelsea, em um primeiro tempo no qual os Blues foram bem superiores. No entanto, o melhor desempenho não resultou em um placar mais largo. Melhor para os merengues, que chegaram ao empate ainda antes do intervalo. No 2º tempo, um jogo de poucas alternativas, e ambas as equipes satisfeitas em deixar a decisão para a semana que vem.

Jogo estudado

Real Madrid e Chelsea foram para a partida com esquemas, basicamente, espelhados. Ambos com uma linha de três zagueiros atrás e dois alas atuando abertos. No entanto, foram os Blues que conseguiram assumir as rédeas do jogo logo de cara. Explorando bem os espaços deixados, principalmente pelo lado esquerdo do Real, Kanté, Azpilicueta, Pulisic e Werner foram muito ativos.

O primeiro gol do Chelsea só não saiu graças a uma defesaça de Courtois em chute à queima-roupa de Werner. Contudo, aos 13 minutos, não teve jeito: Pulisic recebeu um baita lançamento longo do zagueiro Rüdiger e, então, teve calma para driblar o arqueiro do Real e mandar para as redes. Este foi o primeiro gol na história de um jogador estadunidense em semifinal de Champions League. Isso, aos 14 minutos de jogo.

O Chelsea poderia ter aberto uma vantagem maior, não fossem os desperdícios em contra-ataques. Timo Werner não esteve em um dia feliz no ataque. Kanté, apesar da excelente partida defensiva, também pecou em alguns passes decisivos. Melhor para o Real, que foi se encontrando aos poucos em campo, até chegar ao empate.

Benzema salva o Real

Pouco antes  do gol de empate, o atacante francês já havia acertado uma bola na trave. Eram a partir dele que surgiam as jogadas mais perigosas do time da casa. Enfim, aos 29 minutos, Benzema finamente conseguiu marcar o gol do Real Madrid. A jogada nasceu num escanteio curto: Marcelo cruzou para a área, Casemiro cabeceou, Éder Militão resvalou e a bola foi parar no pé de Benzema. Sem deixar cair, o camisa 9 emendou de voleio e empatou o placar no Estádio Di Stéfano.

Este foi o 71º gol do francês em Champions League – empatando na 4ª colocação com o espanhol Raúl, atrás apenas de Lewandowski, Messi e Cristiano Ronaldo. Também foi o seu 20º em fase mata-mata da competição, sete a mais que qualquer outro jogador nascido na França (Mbappé tem 13 e Henry tem 12). Por fim, o Chelsea foi a 33ª vítima diferente de Benzema no torneio continental.

A partir do empate, as ações se igualaram. Debaixo de muita chuva em Madri, O Chesea continuou mehor, é verdade, sendo mais dinâmico e finalizando mais. Contudo, o placar não se movimentou.

Sem riscos

O 2º tempo entre Real Madrid e Chelsea reservou poquíssimas emoções. O mais notável foi a entrada de Eden Hazard no lugar de Vinicius Junior, que não fez uma boa partida. O belga, que fica muito mais tempo lesionado do que em campo, atuou apenas pela 38ª vez pelos merengues em duas temporadas.

No entanto, sua presença não mudou o panorama. Tampouco as mudanças promovidas por Thomas Tuchel – entradas de Havertz e Ziyech. A verdade é que, com o passar do tempo, Real e Chelsea foram aceitando o placar de 1 a 1. Sem torcida no estádio, o “fator casa” está atenuado nesta temporada da Champions. Ou seja, para os Blues, vale o gol conquistado fora de casa e para os madridistas resta a esperança e reverter o confronto sem ter de lidar com a pressão da torcida adversária. Sendo assim, qualquer prognóstico para o duelo da volta é extremamente difícil de ser realizado.

Como melhor jogador do duelo, podemos destacar N’Golo Kanté. Mais uma vez, o francês mostrou o porquê de ser um os melhores volantes do mundo. Enérgico, presente nas jogadas e pouco errático. Nos contra-ataques tomou uma ou outra decisão errada, mas no geral foi bem (principalmente em termos defensivos). Todavia, não podemos deixar e falar em Karim Benzema, que manteve vivo o Real no confronto com seu belo gol.

E os brasileiros?

Éder Militão é, sem dúvidas, o destaque brasileiro na partida. Além da assistência para Benzema, que decretou o empate do Real, o zagueiro tambem foi firme nas disputas aéreas e se mostrou bastante físico – por vezes até demais, com alguns carrinhos perigosos. Já Marcelo, capitão dos merengues no duelo contra o Chelsea, fez apenas seu segundo jogo nesta Champions. Apesar do esforço ofensivo, cedeu alguns espaços lá atrás. Outro brasileiro do Real que esteve apagado foi Vinicius Junior.

Casemiro foi bem. O volante se apresentou diversas vezes ao ataque, executando uma função que, geralmente, deveria ser de Kroos ou Modric. A verdade é que o alemão jogou bastante recuado buscando acertar um lançamento longo. Pelo lado do Chelsea, Thiago Silva, aos 36 anos e 217 dias, se tornou o jogador mais velho em uma semifinal de Liga dos Campeões desde Ryan Giggs, com 37 anos e 148 dias, em 2011. O zagueiro brasileiro foi seguro, no geral.

Ficou para a volta

Com o gol de Benzema, o confronto entre Real e Chelsea ainda está aberto. Semana que vem, veremos um jogo novamente estudado e que se modifica ao longo os 90 minutos. Certamente, a equipe espanhola vai tentar se precaver melhor das investidas em velocidade do rival londrino.

Para os Blues, fica a missão de jogar a partida sem se acoar demais. Apesar de ter a vantagem do 0 a 0, o Chelsea não poderá deixar a equipe de Zinedine Zidane dominar completamente as ações. A promessa é de um jogo muito interessante do ponto de vista estratégico, mas que não deixará de reservar emoções aos torcedores. Equilíbrio e tensão: dois ingredientes obrigatórios em Champions League e que nós, torcedores, adoramos ver em uma partida de futebol. Por isso, não percam o duelo da volta no próximo dia 5 de maio, às 16h (de Brasília). Será histórico!