Tudo igual em Florença! Com um tempo melhor de cada time no Estádio Artemio Franchi, Fiorentina e Juventus empataram por 1 a 1 em clássico da 33ª rodada da Serie A.
Vlahovic marcou de pênalti na 1ª etapa, e Morata precisou de apenas 32 segundos no 2º tempo para igualar o marcador a favor da Juve. Um bom jogo, aberto e cheio de alternativas, mas que não deixa um gosto doce na boca de ninguém.
Para a Viola, alguns pontos positivos a serem notados. Em termos de classificação, foi importante não perder, porém a sensação é a de que dava para ter vencido (novamente) a arquirrival nesta temporada.
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Igor na esquerda
Para encarar o rival de Turim, Giuseppe Iachini promoveu uma alteração na lateral/ala-esquerda. O brasileiro Igor Julio, recuperado de lesão na coxa, voltou a ser titular do time para atuar no setor. Já na zaga, manteve-se a formação da última partida, com Milenkovic, Pezzella e Cáceres.
Sem Bonaventura, Castrovilli se posicionou à frente da dupla de volantes Pulgar e Amrabat. Ou seja, uma equipe armada de forma mais precavida. Já no ataque, Ribéry e Vlahovic foram novamente alinhados.
Sem Chiesa…
Uma das expectativas do confronto entre Fiorentina e Juventus era o reencontro de Federico Chiesa com seu ex-time, pela primeira vez atuando no Artemio Franchi. Contudo, isso não aconteceu. O jovem atacante não se recuperou de um problema muscular e, então, não esteve relacionado para a partida pelo técnico da Vecchia Signora, Andrea Pirlo.
Pressiona e rouba
No 1º tempo, uma atuação quase impecável. A Fiorentina se postou atrás, num 5-3-2, e praticamente não deixou a Juventus se infiltrar nos espaços. Para piorar a situação dos visitantes, muitos passes errados – o time parecia desconcentrado no início. Aproveitando a deixa, a Viola pressionava em seu próprio campo, roubava as bolas e saía em velocidade.
A primeira escapada foi com Franck Ribéry, que carregou a bola por 40 metros antes de acionar Dusan Vlahovic. O passe foi muito forte, e Szczesny chegou antes. Essa jogada se repetiu mais vezes. Com chutes de fora da área, Erick Pulgar acertou a trave e Nikola Milenkovic parou no goleiro da Juve. Muitos escanteios para a Fiorentina também. A pressão era intensa.
Enfim, a estratégia até então perfeita foi recompensada. Aos 28 minutos, Rabiot cometeu pênalti em uma jogada morta dentro da área. O camisa 25 tentou cabecear, mas acabou elevando de mais o braço, que atingiu a bola. Após checagem no VAR, o árbitro Davide Massa apontou a marca da cal. Antes, a Fiorentina já havia reclamado de pênalti em cima de Vlahovic.
De cavadinha!
Na cobrança da penalidade, Vlahovic marcou com estilo. O artilheiro da Viola foi sem medo, deu uma cavadinha e matou o goleiro Szczesny. Muita categoria para o camisa 9, que chegou ao 17º gol na temporada – o 5º de pênalti.
Implacável, Vlahovic se mostrou, novamente, muito consciente. A evolução do sérvio (tecnicamente e na questão psicológica) é clara. A opção na batida do pênali reflete isso: a alguns meses, ele não tinha confiança para um domínio ou passe mais simples. O que a boa fase não faz… Agora, temos no jovem de 21 anos a esperança da temporada. Sem ele, sabe-se lá onde estaria a Fiorentina na tabela.
O problema, agora, será segurá-lo por mais um ano. A Viola perdeu a chance de renovar o contrato do atacante anteriormente. Agora, quem não parece querer qualquer acerto é ele. Com o vínculo se encerrando ao final da temporada que vem, o clube corre o risco de perdê-lo de graça – algo simplesmente inaceitével. Sendo assim, restará, portanto, negociá-lo agora.
Se de fato isso ocorrer, vai ser uma pena. Mais um ano – quiçá com um time mais organizado, Vlahovic poderia dar ainda mais alegrias para o torcedor da Fiorentina. No entanto, é possível que estejamos diante de seus últimos cinco jogos com o manto Viola na carreira. Ou seja, não há nada a se fazer, senão esperar…
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Gol relâmpago
A vantagem da Fiorentina diante da Juventus durou apenas 32 segundos na 2ª etapa. Álvaro Morata, que tinha acabado de entrar no jogo, recebeu bola longa do lado direito, trouxe para a perna esquerda e marcou um belo gol. Desatenção do setor defensivo da Viola, talvez surpreso com a investida imediata da Juve.
O empate logo de cara acabou com a estratégia de Iachini. O time, da mesma forma, teve de recomeçar novamente tudo o que havia construído na metade inicial. Nesse sentido, os jogadores se comportaram bem. Criaram boas chances imediatamente após levar o gol e não se abalaram – como já vimos várias vezes nesta temporada.
Psicologicamente bem, o que pesou foi a parte física. A entrega dos jogadores custou um pouco de ímpeto na parte final do jogo. Ribéry e Castrovilli saíram bem cansados e, sem eles, a Viola cria bem menos. Na defesa, alguns sustos. A sorte da equipe violeta, então, foi contar com um Cristiano Ronaldo pouco inspirado do outro lado – e que desperdiçou oportunidades que não costuma deixar passar.
Empate justo
Com menos organização e mais correria, o duelo entre Fiorentina e Juventus ficou aberto até o fim. Mas sem chances claríssimas de gol. Dessa forma, o apito final soou, representando um pontinho para cada lado. Pelo lado da Juventus, um resultado ruim pensando em vaga na Champions League.
Para a Viola, cada ponto é válido na briga ingrata contra o rebaixamento. Ou seja, a frustração fica por conta do domínio no 1º tempo. Uma eventual vantagem de dois gols poderia facilmente ter sido conquistada, o que daria mais tranquilidade para a equipe selar a vitória.
Paciência. Como “título moral”, o fato da Fiorentina não ter perdido para a grande rival Juventus nesta temporada. Uma vitória e um empate. Para Vlahovic, mais um gol marcado diante dos bianconeri e marcas importantes atingidas. O sérvio se tornou o primeiro jogador com 22 anos ou menos a marcar 17 gols numa temporada de Serie A desde Vucinic,em 2004-05. Pela Viola, ninguém nesta faixa de idade alcançava este mesmo feito desde Giuseppe Virgili, em 1956.
Em termos de classificação, a Fiorentina agora seca o Cagliari. Com 34 pontos, a Viola abriu seis do rival da Sardenha, e está na 14ª colocação. Benevento e Spezia perderam na rodada – dois bons resultados para o clube de Firenze.
Pontos positivos
Primeiramente, Pulgar e Amrabat. Ambos fizeram seus melhores jogos na temporada. O chileno acertou uma bola na trave e finalizou outra bola com perigo no 2º tempo. Importante que ele finalize a gol sempre que obtiver espaço, algo que faltava nas apresentações anteriores.
Já o marroquino foi dominante no meio-campo como se espera. Não perdeu divididas, manteve a posse de bola e foi bem dando início às jogadas. Ou seja, se mantiverem esse nível de atuação, não há motivos para se modificar esta composição. A dupla de volantes pode, facilmente, jogar junta desde que haja mais ímpeto ofensivo. À frente deles, Castrovilli e Bonaventura disputam uma posição.
Por fim, a postura da equipe agradou. Contra a Juventus, a motivação sempre é maior. É preciso manter o nível de comprometimento e atenção, principalmente na 1ª etapa, contra adversários inferiores. É aquela velha história: “Por que a Fiorentina não joga assim sempre?”
Claro, existe a questão física, que pesa bastante a essa altura do campeonato. No entanto, mostrando mais disposição e, principalmente, força mental para encarar os jogos finais, a Fiorentina pode resolver sua situação no campeonato com naturalidade Não é preciso muito mais do que isso.
Nos últimos dois jogos, quatro pontos conquistados. Já é alguma coisa. Nas próxima semana, o time roxo encara o Bologna, fora de casa. Depois, Lazio, Cagliari, Napoli e Crotone na tabela.
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