Napoli e Inter entraram em campo dispostos a darem o melhor de si para conseguirem os três pontos. Para os mandates, era a chance de empatar com a Juventus em pontos e manter a briga pela Liga dos Campeões mais viva do que nunca. A Inter de Milão queria a vitória para disparar ainda mais no campeonato e confirmar a sua superioridade diante dos adversários na atual temporada. Ambos tinham seus objetivos claros e os dois treinadores mostraram em suas escalações vontade de conquistar a vitória.
Foi um primeiro tempo de alta qualidade. Ambas as equipes fazendo pressão na saída de bola, com o Napoli deixando ora dois jogadores apenas na defesa (Koulibaly e Manolas) ou três (Koulibaly, Manolas e Demme/ Di Lorenzo), enquanto a Inter recuava os três zagueiros (Bastoni, De Vrij e Skriniar). A marcação ofensiva Partenopea era grande, deixando os Nerazzurri apenas com Lukaku no ataque.
Por falar no camisa 9 interista, ele foi o mais marcado da partida. Recebeu a atenção total de Koulibaly na partida. Gattuso deixou o zagueiro napolitano sempre colado no belga, tentando minar os espaços para o artilheiro da Serie A. Mesmo seguido por perto, Lukaku conseguiu duas bolas na trave na primeira etapa e em uma jogada individual trazer o primeiro amarelo da partida e justamente para o seu marcador Koulibaly.
O Napoli precisava da vitória a todo custo, afinal com a derrota da Juventus para a Atalanta, os Azurri ficariam mais distantes do G4 e da vaga para a Liga dos Campeões. A pressão ofensiva era impressionante, acuando o adversário no campo de defesa e com muita posse de bola (56%). Apesar do domínio, faltava velocidade na troca de passes o que facilitava a marcação interista que chegava a manter 7 jogadores dentro da área, obrigando os napolitanos a rodagem a bola o tempo todo de um lado para o outro para tentar encontrar um espaço para finalizar. Tanto que das sete finalizações, apenas uma foi para o gol, com o chute fraco de Fabián Ruiz.
O gol veio na velocidade de Insigne que conseguiu aproveitar a única brecha Nerazzurri e cruzar forte para o bizarro gol contra de Handanovič. Um gol que premia a pressão realizada durante todo o primeiro tempo. Aliás o goleiro da Inter costuma ser “artilheiro” contra a sua própria meta. Desde que chegou aí clube, em 2012/13, nenhum arqueiro marcou mais gols contra do que Samir Handanovic nas cinco principais ligas europeias (Anthony Lopes, do Lyon, fica em segundo, com quatro).
Gattuso sabia que marcar na primeira etapa traria a calma necessária para a sua equipe poder trabalhar mais ainda a bola durante o segundo tempo e aproveitar os espaços deixados pela Inter que sairia na pressão em busca do empate.
Os 45 minutos finais seriam desastrosos para o Napoli. A Inter colocou todo o time para o ataque acuando os Azurri buscando espaços para finalizar e conseguiu rapidamente o empate com Eriksen que estava livre na entrada da área após corte de Manolas em um cruzamento pela esquerda. Desde sua estreia no Tottenham em 2013/14, o dinamarquês marcou 24 gols com chutes de fora da área ficando atrás apenas Messi (59) nas cinco primeiras ligas durante este período (de 2013/14 até hoje). Outro dado interessante é que dois dos seis gols de Christian Eriksen pela Inter foram contra o Napoli, ambos no Estádio Diego Armando Maradona (o anterior em junho de 2020 na Coppa Itália). Em nenhum estádio o meia marcou mais gols do que na casa napolitana.
Faltou atenção do time Partenopei e a mesma intensidade que foi vista na primeira etapa. O domínio passou a ser Nerazzurri, pois tinha mais a bola nos pés e obrigava os donos da casa e trazer todo o time para o campo de defesa. Insigne era perseguido por Hakimi e Skriniar ficando sem espaços para armar as jogadas como fez no primeiro tempo. Mario Rui, bastante lento pouco ajudava ofensivamente.
O jeito foi trabalhar a bola mais pelo lado direito sempre tocando de um lado para outro enquanto a Inter mantida sete, oito jogadores na área com Lautaro Martínez e Lukaku apenas a frente da própria área para puxar o contra-ataque. A única chance após o gol da Inter foi a bola na trave de Politano em uma troca rápida de passes com Zielinski. Além disso só um pênalti cancelado pelo VAR após os 75 minutos.
A partida passou a ficar morna com Antonio Conte recuando a equipe já que o empate estava de bom tamanho para a sua equipe. O Napoli tentava chegar ao ataque mas o desgaste físico era nítido para ambas as equipes. Os cartões amarelos vinham um atrás o outro sendo cinco para o Napoli e dois para a Inter e o jogo caminhou até o final para um empate ruim para os napolitanos e excelente para os Nerazzurri que ganham um ponto importante diante de um adversário dificílimo ficando nove pontos à frente do Milan. Já o Napoli fica dois pontos atrás da Juventus, quarta colocada na liga.
Teoricamente os jogadores de Gennaro Gattuso possuem jogos mais fáceis nesta reta final de competição. Porém todo cuidado é pouco. Uma vitória nesta rodada teria botado fogo no campeonato. O jeito é focar no próximo duelo contra a Lazio para garantir três pontos e torcer para a Juventus tropeçar novamente e assim assumir o quarto lugar restando seis rodadas para acabar o campeonato.
Com o empate, a Inter passa a ser o time com mais pontos conquistados nesta temporada nas cinco principais ligas europeias: 75, ultrapassando o Manchester City (74). Os interistas jogam com a diferença embaixo do braço. São 15 jogos sem perder na Serie A, com a última derrota tendo acontecido no dia 6/1 contra a Sampdoria. Joga contra o Spezia e possui uma tabela bem tranquila com apenas dois jogos difíceis (Juventus e Roma) para perder pontos permitindo que Milan, Atalanta e Juventus possam alcançar a atual líder.
É uma reta final emocionante para o campeonato mas com o scudetto muito próximo para os Nerazzurri, enfim quebrando a supremacia da Juventus e trazendo mais competitividade para uma liga que pela primeira vez em sua história, os cinco primeiros colocados têm 60 ou mais pontos após 31 jogos na temporada, mostrando claramente o alto nível apresentado na atual temporada.