De Francesco Moria para MondoSportivo Italia
Uma grande novidade assinada por Alfredo Trentalange está prestes a mudar a história da Associação Italiana de Árbitros (AIA). Na abertura de um projeto, que mira expandir o mundo dos árbitros, como favorecer a transparência e a proximidade com os clubes, o presidente recém-eleito quis dar mais um passo para o futuro: permitir que jovens, com 17 anos ou menos, façam parte da entidade e de times ao mesmo tempo.
O Conselho da Federação Italiana de Futebol (FIGC) aprovou, com a participação dos membros da Liga Nacional de Amadores (LND), a modificação do artigo 40 comma 1 das Noif (normas internas da federação italiana), que entrará em vigor a partir de julho deste ano. A novidade permite que um atleta possa exercer as funções de jogador e árbitro, desde que ele esteja inscrito em umclube da LND e não seja designado para apitar partidas do grupo onde o time dele esteja presente.
Trentalange explicou a lógica atrás dessa escolha: “Desse jeito, o árbitro não será visto mais como o ‘homem de preto’, mas como um companheiro de jogo. Além dos juízes, também os jogadores se beneficiarão disso. Acho que essa novidade é um bem para o futebol italiano, a federação está sendo previdente”.
A ideia nasceu da vontade de deixar os árbitros mais próximos do mundo em que apitam, seguindo os mesmos passos de alguns outros esportes. Ao longo dos anos, vários jovens juízes reclamaram da ausência do futebol em suas vidas, em uma idade em que o esporte começa a ser uma peça importante do próprio crescimento humano, por volta dos 15 ou 16 anos. Normalmente, eles correm o risco de serem colocados no meio de um campo sem experiência e com uma camisa diferente, apitando uma partida entre jogadores mais jovens, até chegar à complicada tarefa de comandar jogos semiprofissionais da Terza Categoria (Série I) ou da Seconda Categoria (Série H).
Antes, atuar como árbitro era uma escolha de vida para meninos e meninas. Começar a carreira jovem é a opção ideal para poder trilhar um bom caminho no mundo da arbitragem; ou até prosseguir como jogador de futebol, se privando da possibilidade de experimentar um novo papel em campo.
A partir da próxima temporada europeia, será possível jogar futebol e apitar ao mesmo tempo, respeitando o calendário das partidas. Isso vai servir para desenvolver ainda mais a sensibilidade tão necessária para virar um bom árbitro e continuar a “sentir o cheiro da grama”. Além disso, tornará menos traumatizante a obrigatória mudança de papel no esporte.
A nova medida poderá evidenciar, dessa vez com mais força, um conceito importante: os árbitros, no próprio jeito de ser e até nos eventuais erros, são exatamente como os jogadores, da mesma idade deles ou não. O ponto de vista do árbitro, tão pouco aceito, poderá se tornar muito mais fácil de se entender por todos envolvidos.