Real Madrid vence Barcelona e entra de vez na briga pelo título

¡Hay Liga!” é uma expressão usada na Espanha para simbolizar que o campeonato nacional está em plena disputa e que qualquer clube da ponta pode acabar se tornando o campeão. E a expressão pode ser muito bem utilizada na atual temporada, pois  o Real Madrid venceu o Barcelona pela segunda vez na LaLiga e ultrapassou o mesmo na tabela de classificação. Agora, a equipe de Madrid soma 66 pontos contra 65 do time catalão. Na vitória por 2 a 1 os gols do time merengue foram marcados por Benzema e Kroos, e Mingueza marcou para os catalães.

Antes mesmo da partida começar, ambos os treinadores surpreenderam na escalação inicial. Zidane optou por deixar Asensio no banco, autor de quatro gols nos últimos quatro jogos, e botar Valverde em seu lugar. Já Ronald Koeman, deixou Griezmann entre os reservas e botou Ronald Araújo no time titular, passando, assim, De Jong para o meio-campo. Ambas as alterações foram conservadoras e demonstraram uma precaução com o lado defensivo, abrindo mão de peças mais agressivas no ataque.

O PAPEL DE VALVERDE

Além da surpresa da escalação do uruguaio entre os titulares, Zidane também nos surpreendeu com a função que deu a Valverde na partida. O jogador, que é volante de origem, sempre foi conhecido por sua versatilidade na parte central e seu bom vigor físico e presença no campo inteiro. Aproveitando-se disso, foi escalado como um quinto elemento na última linha de defesa do Real, jogando como ala direito. Ou seja, além de ajudar muito defensivamente, também usava sua explosão para chegar à frente.

E aos treze minutos do primeiro tempo, a alteração já havia mostrado seu valor. Valverde progrediu com a bola desde o campo defensivo, rasgou as linhas de defesa do Barça e serviu Lucas Vázquez, livre pela direita, para cruzar para Benzema finalizar, brilhantemente, de letra no contrapé de Ter Stegen.

Após abrir o placar, o Real adotou uma proposta ainda mais conservadora e se compactou na defesa sem deixar espaços para triangulações da equipe catalã. Sua válvula de escape era o brasileiro Vinícius Jr. Sempre que era acionado pela esquerda, o jogador madridista gerava perigo para o adversário, e, aos 27 minutos, após bela jogada individual, sofreu falta na entrada da área. Na cobrança, Toni Kroos bateu direto e ampliou a vantagem para 2 a 0. Além desse lance, Vinícius também protagonizou outro contra-ataque que resultou em bola na trave de Valverde e defesaça de Ter Stegen no rebote.

O PLANO DE KOEMAN

Com a saída de Griezmann, Koeman perdia uma peça no ataque, mas ganhava a presença de De Jong no meio. Através disso, o Barcelona conseguiu manter a posse e ocupar o campo de ataque do Real, porém, era pouco efetivo e parava no brilhante trabalho defensivo organizado por Zidane. A maioria das chances organizadas pelo time catalão terminavam nos pés de Dembélé, que não fez boa partida e desperdiçou as oportunidades. 

Diante dessas desavenças, o Barça só conseguiu criar suas melhores chances do primeiro tempo nos acréscimos em dois escanteios. Primeiro, Messi cobrou direto e surpreendeu Courtois carimbando a trave. No lance seguinte, Dembélé cobrou escanteio pelo outro lado, a bola passou por toda a defesa e sobrou para Messi, matar no peito e finalizar para boa defesa do goleiro merengue.

Na segunda etapa, Koeman decidiu sacar Dest e colocar Griezmann. Com a alteração, Dembélé passou a fazer o corredor direito e o outro francês passou a ocupar mais o lado esquerdo com movimentos que centralizavam. Ademais, a substituição fez com que De Jong ganhasse mais liberdade para atacar a área, enquanto Messi era o homem com mais liberdade.

Dessa maneira, o Barcelona criou algumas chances até chegar ao gol aos 14 minutos do 2ºT. Messi acionou Alba pela esquerda, que cruzou rasteiro e encontrou Griezmann, De Jong e Mingueza atacando a área. A bola passou pelos dois primeiros e sobrou para o zagueiro descontar no placar.

Após o Barça descontar, Zidane fez algumas alterações em sua equipe buscando renovar o fôlego e agredir mais o adversário. Assim, a partida ficou mais aberta, mas, com as energias renovadas, o Real conseguiu neutralizar todos os ataques catalães. Passou boa parte do tempo sem ser ameaçado de fato, até a última bola do jogo. Messi alçou na área e Moriba acertou a trave no último lance da partida.

Apesar da derrota, o Barcelona ainda está vivo na briga pelo título da LaLiga, porém, agora, volta seu foco para a final da Copa do Rei contra o Athletic Bilbao no próximo final de semana.

Já o Real Madrid, apresenta um considerável crescimento de produção em um momento chave da temporada. Venceu o Liverpool na partida de ida da Champions League, e, agora, venceu seu concorrente direto pelo título da taça nacional com mais uma bela atuação. 

MESSI

Apesar de ser o maior artilheiro da história do ‘El Clasico’ com 26 gols, Messi fez uma partida discreta e passou mais uma vez em branco. Seu último gol no confronto foi em 2018, em um empate de 2 a 2 pela LaLiga, há oito partidas atrás. Curiosamente, marcou na última vez em que conflitou com Cristiano Ronaldo neste duelo.

Entretanto, Messi atingiu mais uma marca histórica na partida deste sábado. Igualou a marca de Sergio Ramos de 45 partidas disputadas no clássico e, agora, é o recordista no quesito junto do espanhol. Lembrando que o argentino pode ter disputado o seu último ‘El Clasico’ da carreira, visto que seu futuro no Barcelona ainda é incerto.