Abel Ferreira, treinador campeão da Libertadores e da Copa do Brasil com o Palmeiras, em 2021, é mais um nome sob a mesa de Rocco Commisso, presidente da Fiorentina. Antes de entrar em mais detalhes, já é importante adiantar: não houve qualquer tipo de contato entre as partes, tratando-se apenas de uma pesquisa realizada pelo clube violeta sobre a situação atual do técnico na equipe brasileira.
Quem trouxe a informação foi Gianluigi Longari, do Sportitalia, no último dia 8. O jornalista afirma, em seu tweet, que o português é apenas mais uma opção numa lista que já possui conhecidos pretendentes italianos a assumir o comando da Viola a partir da temporada que vem. E o torcedor palmeirense pode ficar mais tranquilo mesmo. Nos últimos tempos, não faltaram especulações sobre isso em Florença.
Unai Emery, Luciano Spalletti, Daniele De Rossi, Ivan Juric, Gennaro Gattuso, Roberto De Zerbi, Maurizio Sarri, Marcello Lippi, Paulo Fonseca, Sérgio Conceição… e agora Abel Ferreira. TODOS esses tiveram seus nomes vinculados ao comando técnico da Viola em algum momento nos últimos 10 meses. E eu devo ter esquecido um ou outro nessa relação.
Fato é que o destino da Fiorentina ainda é incerto. Assim como sua situação no campeonato italiano. Numa posição desconfortável na tabela (14ª colocada na Serie A a nove rodadas do fim), a equipe precisa, primeiro, garantir a manutenção na elite do calcio para depois pensar em um treinador para o time. No entanto, nós, torcedores, evidentemente já podemos especular a respeito do futuro do cargo.
Afinal, quem seria um bom nome para assumir a Viola no ano que vem?
#Fiorentina proseguono le consultazioni per la panchina della prossima stagione.Oltre alle autorevoli piste italiane, anche un sondaggio esplorativo per conoscere la situazione di Abel #Ferreira tecnico del #Palmeiras che ha di recente conquistato la #Libertadores @tvdellosport
— Gianluigi Longari (@Glongari) April 7, 2021
Montanha-Russa
Em 23 de março, a Fiorentina anunciou oficialmente que o treinador Cesare Prandelli havia entregado o cargo. Para seu lugar, de prontidão, foi resgatado Giuseppe Iachini. Sim, o mesmo que havia sido DEMITIDO meses antes e substituído pelo próprio Prandelli. Ou seja, uma verdadeira montanha-russa de técnicos lá pelos lados do Artemio Franchi.
Em termos de jogo e de questão psicológica, falei mais sobre esta troca na época em que foi anunciada neste texto aqui. Da mesma forma, já tinha tentado entender quais eram os erros de Prandelli à frente da Viola em uma outra matéria. Dito isso, resta pouco a se comentar a respeito do novo (velho) técnico da equipe neste momento.
O importante é perceber que, diferentemente do fim da temporada passada, Rocco Commisso NÃO pretende permancer com Iachini para o início de mais um “ano futebolístico”. O treinador de 56 anos parece ser, realmente, apenas um “tampão” com um simples objetivo: não cair para a 2ª divisão da Itália. Enquanto isso, a Fiorentina se articula nos bastidores para trazer um nome de peso. Alguém que agrade a torcida e seja capaz de mudar o time de patamar.
Difícil para a Viola querer um cara com este perfil. Ao menos com o elenco atual e o passado recente decepcionante. No entanto, o pior de tudo é perceber a total incoerência existente entre os diversos nomes cogitados. A cada hora surge uma nova especulação, a respeito de um profissional com características e ideias de jogo completamente distintas. Afinal, o que a Viola quer?
Dentro desse contexto, vale tudo na imprensa esportiva. Inclusive, trazer à tona um nome que, de certa forma, soa desconhecido aos ouvidos italianos, mas que é muito sonoro para nós, brasileiros.
Abel Ferreira na Fiorentina?
Para mim, se trata apenas de mais um nome jogado ao vento. Simplesmente isso. Não, eu não acharia uma loucura, do sentido tático, técnico e de estilo de jogo. Abel Ferreira na Fiorentina? Eu aceitaria, sim senhor!
Nós vimos o que o português fez com o Palmeiras aqui no Brasil, em pouquíssimos meses. Com relação as ideias, nada de outro mundo. Mas bastou um reajuste de peças e de estilo de jogo, somado a uma equipe mais sincronizada, disciplinada e veloz em campo, para vermos os resultados. O time mostrou uma eficiência invejável e faturou duas taças em competições mata-mata: Libertadores e Copa do Brasil.
O elenco da Viola está inserido em um ecossistema mais hostil. Fazer o time de Firenze perseverar na Serie A é tarefa mais complicada do que construir um Palmeiras dominante (com o investimento e elenco que tem) no Brasil e América. Mas não tem problema. Abel poderia se dar bem como treinador da Fiorentina.
Ele gosta da saída de bola com três zagueiros, além de laterais bem abertos dando amplitude no ataque. A Viola tem as peças para tal sistema. Saídas em contra-ataques? Talvez fosse possível otimizar este recurso realizando algumas modificações, principalmente no meio-campo, para tornar o time mais dinâmico – nós vimos bons momentos dessa versatiidade na atual temporada, principalmente com Castrovilli e Vlahovic.
Enfim, acho que seria uma aposta interessante. Por que não? Se forçarmos a memória, os últimos momentos de brilhantismo da Fiorentina foram nas mãos de outro português: Paulo Sousa. Isso há cinco ou seis anos atrás. Mas, deixando de lado qualquer superstição, é importante reforçar: acho MUITO improvável que Abel Ferreira deixe o projeto no Palmeiras para assumir a Fiorentina: uma equipe mediana e imersa num pequeno caos administrativo.
Não vejo vantagens, neste momento, em uma troca para o treinador. Por que deixar o Verdão, onde ele está sossegado neste momento? Só o fator financeiro muito latente seria um motivo inquestionável para tal atitude. Veremos… Pode ser que eu quebre a cara e tenha de voltar aqui, em breve, assumindo esse erro patético de julgamento. Neste caso específco, eu não teria o menor problema em confessar meu equívoco.
Por aqui, “P4TRÃO” não rima com “C4MPEÃO” por acaso 😎🏆
Abel Ferreira é o primeiro estrangeiro a conquistar uma @CopaDoBrasil! 🇵🇹#AvantiPalestra #TETR4CAMPEÃO pic.twitter.com/yMBiQz7x1V
— Palmeiras 👑🏆🏆🏆 (@Palmeiras) March 8, 2021
E as outras opções?
Sarri? Gattuso? Spalletti? Juric? Tem tanta gente no radar da Fiorentina, que é impossível analisar todas as possibilidades. Aí, sinceramente, vai do gosto de cada um. Porque lógica entre todos esses nomes, não há.
Sinto que a opção preferida da maioria da torcida é Maurizio Sarri. O ex-técnico da Juventus já teria, inclusive, se reunido com dirigentes da Viola uma única vez para analisar um possível acerto para a temporada que vem. Teria. O próprio clube veio a público negar qualquer conversa. Como confiar nessa parte da imprensa que destila nomes a granel, não é mesmo? Fato é que a Fioretina não é a alternativa dos sonhos para Sarri.
Se o Napoli, por exemplo, bater à porta do treinador, ele deve se encaminhar para o sul da Itália no intuito de reeditar uma combinação vitoriosa. Natural. O Napoli tem mais a oferecer do que a Viola. Neste caso, Gattuso ficaria livre no mercado. Não sei se ainda é possível confiar na versão “treinador” do ex-volante truculento. Há desconfianças se ele conseguiria promover evolução no atual elenco da equipe violeta.
No mais, existe todo o tipo de perfil. Treinadores da nova geração, os chamados medlahões, ex-jogadores, técnicos encostados, empregados, gringos, nativos… Sinceramente, qualquer um pode assumir a Viola na temporada que vem. Não há pistas. E nem teria como haver alguma.
Um time que mantém Iachini após um final medíocre de temporada, o demite depois de míseras sete rodadas, traz Prandelli e depois retorna com Iachini é capaz de tudo. A Fiorentina atualmente vive em looping. E o filme não é daqueles prazerosos para ficar assistindo repetidamente…