City marca no fim e vence Dortmund na Champions

O Manchester City escapou do Etihad Stadium com uma vitória por 2 a 1 diante do Borussia Dortmund, no jogo de ida das quartas de final da Champions League. O gol decisivo foi marcado por Phil Foden, aos 45 minutos da 2ª etapa. Antes, Marco Reus havia empatado o duelo a favor da equipe alemã.

No entanto, o destaque do jogo foi, sem dúvidas, o autor do primeiro gol: Kevin De Bruyne. O belga comandou as ações de uma partida em que o City foi melhor, mas não conseguiu converter a superioridade em um placar mais dilatado. Ainda assim, a vitória magra acaba se tornando um bom resultado por conta das circunstâncias.

Na semana que vem, em Dortmund, o time inglês, comandado por Pep Guardiola, joga por um empate para se classificar às semifinais do torneio europeu. Já o Borussia contará com uma vitória por 1 a 0 para assegurar a vaga. A promessa é de (mais) um jogão!

Erros de passes

Podemos dizer que o 1º tempo da partida foi marcado por algumas falhas capitais em um fundamento básico: o passe. Principalmente do lado alemão, que não pôde contar com Emre Can em uma tarde inspirada. Foi de um erro do turco, que o Manchester City chegou ao primeiro gol.

De Bruyne roubou a bola, puxou o contra-ataque e acionou Phil Foden na direita. O inglês cruzou forte demais, mas Riyad Mahrez conseguiu salvar o lance e devolver para De Bruyne. O belga bateu rasteiro e correu para o abraço. Uma jogada muito dinâmica, que traduz o que de melhor esse time do Manchester City possui: a explosão ofensiva.

Essa foi a décima assistência de Mahrez na Liga dos Campeões da Europa desde 2018. Somente Kylian Mbappé, com 13, e Ángel Di Maria, com 11, ficam à frente do argelino neste mesmo período.

A equipe inglesa ainda teve um pênalti marcado e cancelado pelo VAR (de forma correta) na sequência. Nervoso em campo, o Dortmund continuou errando passes e foi quase impotente no ataque. Erling Haaland mal viu a bola nos primeiros 45 minutos. A principal chance surgiu logo aos 7 minutos, mas parou em boa intervenção do goleiro Ederson.

Depois disso, com o placar já desfavorável, a equipe alemã teve outra oportunidade, mas que foi interrompida pela árbitro romeno Ovidiu Haţegan

O lance polêmico

Após lançamento, Ederson saiu da área e dominou a bola. No entanto, antes de dar o chutão acabou desarmado por Bellingham, que empatou o jogo, Só que o juiz rapidamente parou o lance dando uma falta do inglês no goleiro brasileiro. O replay do lance na televisão nos mostrou que o desarme de Bellingham foi limpo, sem falta. Mas, por conta do apito, o VAR não pôde intervir.

As reclamações foram muitas. O próprio jogador do Dortmund acabou sendo punido com o cartão amarelo, e o jogo seguiu. Naquele momento, o relógio marcava 36 minutos do 1º tempo. Se a equipe amarela tivesse conseguido o empate, o roteiro do restante do confronto poderia ter sido completamente diferente.

Haaland aparece

Se o gol não saiu no lance de maior polêmica do jogo, o Borussia, enfim, conseguiu o empate no final da partida. Não antes de correr muitos riscos. A verdade é que os ingleses foram melhores também na etapa final. Marcando pressão, dominando a posse de bola e chegando com perigo pelas extremidades do campo, o City encurralou o Dortmund.

Foden teve duas boas chances para marcar o segundo. De Bruyne também assustou, com um chute de fora da área após driblar dois defensores. A bola não quis entrar. Se o Manchester City não soube aproveitar o bom momento para aumentar a vantagem, melhor para o Borussia Dortmund.

Mesmo desconectado do jogo, uma reação do time alemão nunca pode ser descartada por conta de seus ótimos talentos individuais. E foi através de um lance criado por suas estrelas que o empate veio. Haaland conseguiu se desmarcar, recebeu de costas e fez um passe brilhante para Marco Reus. O alemão bateu no canto de Ederson, que tocou na bola, mas não conseguiu evitar o gol.

No início do 2º tempo, o goleiro brasileiro parou Haaland em seu único arremate em toda a partida No entanto, não foi capaz de repetir a dose diante de Reus. Gol do Borussia e comemoração efusiva em campo.

Há de se destacar também que este gol diante do City foi o 18º gol Reus pelo Borussia Dortmund na Champions League. Ele ultrapassou ninguém menos que Robert Lewandowski, se tornando o maior artilheiro do clube alemão na competição continental.

City se salva no fim

O empate sofrido aos 39 do 2º tempo ressuscitou as memórias traumáticas do Manchester City nas últimas edições da Champions. Já são três temporadas seguidas sendo eliminado nas quartas de final, justamente a fase atual do torneio. Seja pela questão mental ou pela exposição do sistema tático de Guardiola, o time sente os efeitos do mata-mata.

Só que Phil Foden acabou com qualquer pensamento negativo da torcida. Aos 45 minutos, ele conseguiu marcar seu gol. Lembrando que ele já tinha tido outras chances ao longo da 2ª etapa. Novamente, a jogada começou com De Bruyne, que lançou Gündogan. O ex-jogador do Borussia serviu Foden, que bateu de canhota no canto esquerdo do gol.

Vitória dos Citizens no apagar das luzes no Etihad Stadium. Em termos de resultado, o placar por 2 a 1 não representa uma grande vantagem. Contudo, diante das circunstâncias, esse golzinho tardio faz uma diferença imensurável. Ao menos, Guardiola e seus comandados levam a vantagem para a Alemanha. Em caso de empate, a equipe azul iniciaria o jogo da próxima quarta-feira (14) eliminada.

Kevin De Bruyne

O gol da vitória saiu dos pés de Foden, mas De Bruyne foi o grande destaque do jogo. Não somente por iniciar e concluir a jogada do primeiro gol, mas por reger o meio de campo da equipe inglesa. Praticamente todos os ataques perigosos do time de Manchester tiveram início com o belga.

Não à toa, ele foi selecionado pela UEFA como melhor jogador da partida. Muito atento na marcação pressão, demonstrou estar em forma: correu muito, inclusive dando algumas arrancadas para se livrar dos marcadores – algo não muito comum no estilo do camisa 17.

No jogo desta terça, De Bruyne representou para o City algo que o Dortmund não teve de seu lado (Haaland e Reus foram neutralizados na maior parte do jogo). Uma coisa é certa: no jogo de volta, a equipe alemã precisará encontrar uma forma de reduzir os espaços do belga à frente da própria área. Com tempo e espaço para criar as jogadas e servir os companheiros, ele é quase sempre letal.

Vitória mental

Mais importante que o tamanho da vantagem, para o City, o importante foi conseguí-la. Mesmo que arrancada, no finalzinho, com uma certa dose de sofrimento. Não importa.

O efeito é mais mental do que técnico. Empatar o jogo, em casa, jogando melhor e com a vantagem no marcador representaria um baque grande para Guardiola e os jogadores. Seria uma semana de críticas e um sentimento de “mais uma eliminação frustrante”. Agora, o líder da Premier League terá um respiro para pensar em melhorias para o jogo decisivo.

Para o Borussia, fica o gosto amargo por sofrer a derrota após ter o placar de 1 a 1 na mão. No entanto, a derrota mínima é um placar reversível, principalmente por conta do gol fora de casa, um critério válido na Champions League, sempre importante lembrar.

Os alemães também ficam na expectativa do retorno de Jadon Sancho. O inglês está lesionado, mas pode retornar para a segunda partida, na semana que vem. Precisando de um gol, ao menos, é provável que o time do técnico interino Edin Terzić, se exponha um pouco mais em campo De qualquer maneira, o City não vai se fechar e aguardar o Dortmund. Não é a característica de Guardiola.

Os Citizens vão para o jogo, buscando um gol para igualar as condições. Para os mandantes, será necessário dosar os riscos com os cuidados defensivos. Certamente, será uma batalha tática, física e mental das mais memoráveis nesta atual edição da Champions League.