Nesta quarta-feira (31), a seleção italiana visita a Lituânia em busca de manter os 100% de aproveitamento nas Eliminatórias para a Copa de 2022. O duelo acontece no Estádio LFF, localizado na cidade de Vilnius, a partir de 15h45 (no horário de Brasília), e pode marcar a estreia do ítalo-brasileiro Rafaél Tolói pela Itália.
Roberto Mancini, o comandante da Azzurra, também terá que lidar com mais três desfalques (além dos quatro anteriores) e por isso deve, novamente, promover um rodízio no time titular. O gramado sintético também será um desafio, diante de uma seleção que soube se defender bem em sua partida inicial.
Vamos aos destaques deste confronto:
Ficha Técnica
Lituânia x Itália
Eliminatórias Europeias: 3ª rodada (Grupo C)
Local: Estádio LFF, em Vilnius
Data e Hora: 31 de março de 2021, às 15h45 (de Brasília)
Transmissão no Brasil: Estádio TNT Sports
Desfalques
Alessandro Florenzi, Marco Verrati e Vincenzo Grifo são os novos desfalques na Itália. Eles se juntam a Chiellini, Berardi, Caputo e Moise Kean, que já não estavam mais com a delegação nacional nos últimos dias.
Florenzi e Verrati estão fora por conta de lesões. O primeiro sentiu uma fadiga muscular e, por precaução, nem viajou para a Lituânia. O lateral-direito, que foi titular nos dois duelos da Itália até aqui nas Eliminatórias, retorna ao seu clube, o PSG, onde será melhor avaliado.
Já Verrati, companheiro de Florenzi no time francês, contraiu uma lesão na coxa esquerda durante a vitória por 2 a 0 contra a Bulgária, no último domingo (28). O volante atuou por 88 minutos, antes de dar lugar a Pessina.
Por fim, Grifo também é desfalque, mas não por um motivo físico. Acontece que o meia de 27 anos joga no Freiburg, da Alemanha. Atualmente, estão em vigor no país fortes restrições para quem chega da Lituânia, devido a pandemia de Covid-19. Portanto, Grifo ficaria indisponível para o seu clube, num primeiro momento. Para não prejudicar nem o jogador, nem o Freiburg, ele foi liberado do confronto da Azzurra nesta quarta-feira.
Jogo enroscado
No papel, a equipe da Lituânia pode ser considerada inferior a Irlanda do Norte e Bulgária. O que não significa que a Itália terá jogo tranquilo.
Contra a Suíça, a Lituânia surpreendeu postivamente na questão defensiva. Apresentou vigor físico ao longo de todo o jogo e vendeu cara a derrota por 1 a 0, com um gol de Shaqiri logo no comecinho. Se não tivesse sofrido o golpe de imediato, talvez o resultado tivesse sido outro para a seleção lituana.
Outro fator importante a ser considerado é a questão do gramado. O campo é sintético, no Estádio LFF, algo que pode comprometer o estilo de jogo italiano, baseado em passes mais verticais e lançamentos. Não é uma questão de ser melhor ou pior que a grama natural. Mas sabemos que a bola fica mais rápida, a dinâmica acelerada e, portanto, a Itália talvez demore alguns minutos para entender a interferência do campo na equação da partida.
Roberto Mancini falou sobre esse aspecto em entrevista, além de deixar aberta a questão sobre quem será o homem de referência diante da Lituânia. Lembrando que Immobile começou contra a Irlanda do Norte, e Belloti diante da Bulgária. Ambos balançaram as redes.
“O campo artificial é traiçoeiro, e tivemos apenas dois dias para nos habituarmos a ele. A Lituânia é uma equipa física, que defende bem. Não vai sobrar muito espaço”
“Jogar com Bernardeschi de falso nove é sempre uma opção. Ainda estamos avaliando as condições de Immobile e Belotti”
#Azzurri 🇮🇹
🗣️ #Mancini: “The artificial pitch is treacherous, we have just two days to get used to it. #Lithuania are a physical team who defend well, there won’t be much space”.#LithuaniaItaly #LITITA #WCQ #VivoAzzurro pic.twitter.com/MmR8xQTjgM
— Italy ⭐️⭐️⭐️⭐️ (@azzurri) March 30, 2021
Tolói vai estrear?
Outra opção que foi deixada em aberto por Roberto Mancini diz respeito ao zagueiro ítalo-brasileiro da Atalanta. “Há uma chance de Rafaél Tolói fazer sua estreia pela Itália”, disse o comandante da Azzurra.
Na primeira partida da seleção nas Eliminatórias, foram a campo Chiellini e Bonucci. O primeiro acabou deixando a concentração, e seu substituto diante da Bulgária, no segundo compromisso, foi Acerbi. Ao longo de ambos os jogos, Mancini NÃO mexeu em seus dois homens da zaga, mantendo-os sempre até o final.
Tolói tem, portanto, cinco adversários na posição. Bonucci e Acerbi, além de Ferrari, Mancini e Bastoni. Creio que este último deverá ter uma chance diante da Lituânia. Bonucci provavelmente vai descansar, já que atuou nas duas partidas anteriores. Existe, portanto, uma chance de vermos Rafael Tolói iniciando como titular pela Itália.
Caso contrário, é difícil que Tolói entre ao longo do confronto, a não ser em uma situação de vitória fácil da Itália. De qualquer forma, fica a expectativa, principalmente para nós, brasileiros, de vermos o zagueiro de 30 anos em sua primeira participação com o uniforme da Azzurra.
E aí, será que Tolói estreia pela Itália?
Retrospecto favorável
São poucos jogos na história entre Itália e Lituânia. Apenas seis. De qualquer forma, a Azzurra traz consigo para esta quarta-feira o retrospecto de nunca ter perdido para a rival. São quatro vitórias da Nazionale e dois empates (com 12 gols marcados e apenas um sofrido).
O confronto mais recente já tem quase 14 anos. Aconteceu em junho de 2007 e terminou 2 a 0 a favor dos italianos. Na cidade de Vilnius, local do próximo encontro, apenas um jogo registrado – justamente o primeiro. Em abril de 1995, a Itália venceu por 1 a 0 com gol de Gianfranco Zola.
Além do tabu contra a própria Lituânia, os comandados de Roberto Mancini tem as marcas próprias para se preocuparem. A seleção está invicta há 24 confrontos (19 vitórias e cinco empates). Se assim se mantiver nesta quarta, a equipe iguala a sua segunda maior sequência sem derrotas na história (25 jogos, entre 2004 e 2006 sob comando de Marcello Lippi). Melhor que isso, somente entre 1935 e 1939, quando a Itália conseguiu 30 jogos consecutivos invicta. Dá para sonhar em quebrar esse recorde em breve!
A defesa também tem suas marcas significativas. Já são 515 minutos sem sofrer gols. A última vez que um goleiro da Azzurra precisou buscar a bola nas redes foi em outubro de 2020, contra a Holanda, pela Liga das Nações. Também são 27 jogos consecutivos sem levar dois gols ou mais. Esses números comprovam o porquê do trabalho de Roberto Mancini ser tão bom até aqui.
Um equipe estável defensivamente e que encontra suas soluções no ataque para vencer partidas. Essa receita é bastante interessante para uma seleção que deseja ser vitoriosa novamente.
Un’altra vittoria fondamentale. Continuiamo così 💪🧤 Forza @azzurri 🇮🇹 #WCQ pic.twitter.com/QwIdghJxji
— GIANLUIGI DONNARUMMA (@donnarumma) March 28, 2021
Para manter o embalo
É clichê dizer que a vitória é de suma importância para a Itália, afinal, quem entra em campo para perder? Mas, pensando no contexto em que esse jogo contra a Lituânia se apresenta é válido colocar altas expectativas em cima da Squadra Azzurra.
Em termos de tabela, as duas vitórias anteriores tranquilizam a Itália. No entanto, levando em consideração um aspecto mais psicológico, voltar vitoriosa para casa (mais uma vez) é atestar a força que essa equipe tem. No caso de uma seleção como a italiana, que precisa se firmar novamente entre as protagonistas mundiais, uma vitória apenas coloca mais responsabilidade… no próximo triunfo.
Começar as Eliminatórias com três consecutivas representa espantar, por ora, o fantasma da desclassificação da última Copa. Mesmo que a Suíça vença nesta quarta também. Não importa. A Itália precisa focar exclusivamente em si mesma neste momento. Depois, na hora do confronto direto, chega o momento de pensar na Suíça, a grande adversária do grupo. Já os recordes e marcas históricas que estão em jogo diante da Lituânia devem servir apenas como motivação a mais. Não é pressão.
Se mantiver o trabalho que foi realizado nas partidas contra Irlanda do Norte e Bulgária, a Azzurra vai vencer, e convencer, de novo. Pode não ser um esquadrão de encher os olhos no sentido técnico, mas, até aqui, Roberto Mancini e seus jogadores vem mostrando um progresso muito sólido. E empolgante!