No último domingo (21), West Ham e Arsenal empataram pelo placar de 3 a 3, pela 29ª rodada da Premier League 2020/21. O jogo surpreendeu muitas pessoas, principalmente pelo ótimo desempenho do time mandante. Entretanto, isso não aconteceu apenas na última partida. Os Hammers ocupam a 5ª posição na tabela, e lutam por uma vaga na próxima UEFA Champions League. Enfim, vamos tentar explicar como o clube londrino deu a volta por cima com David Moyes e fazem uma excelente temporada.
Corrigindo os erros de anos recentes
A última grande temporada do West Ham foi em 2015/16. A Premier League que terminou com a grande surpresa da conquista do Leicester City, também teve outras campanhas que chamaram atenção. Os Hammers, com o comando do croata Slaven Bilic, chegaram a 7ª posição, com 62 pontos, e uma vaga na UEFA Europa League. O que mais chamava a atenção naquele time, eram as boas atuações de Dimitri Payet, que depois não conseguiu repetir o sucesso e deixou o clube londrino.
Péssimos investimentos
Além disso, o clube vivia a expectativa da mudança do seu estádio. Depois de mais de 100 anos jogando no Upton Park, o West Ham deixava à antiga casa, e passaria a jogar no Estádio Olímpico de Londres. A Arena foi totalmente reformada, e pronta para receber jogos de futebol, após sediar os Jogos Olímpicos da capital britânica, em 2012. Ainda, o clube vivia uma fonte de novos investimentos, e passou a trazer jogadores conhecidos. Felipe Anderson, Haller, Yarmolenko, Balbuena, Zabaleta, Jack Wilshere, foram apenas alguns atletas que chegaram na equipe londrina durante esse período.
Entretanto, em todas as últimas temporadas, o West Ham não conseguiu ser sombra do que foi na temporada 2015/16. A melhor colocação foi o 10º, sob o comando do chileno Manuel Pellegrini, em 2018/19. Mesmo assim, o técnico foi demitido no ano seguinte, no qual o clube quase foi rebaixado, se livrando nas últimas rodadas. Após esse período turbulento, o clube passou a colocar ordem na casa, principalmente com a pandemia.
Primeiramente, o West Ham liberou alguns grandes jogadores, que no clube não deram certo nesse período. Felipe Anderson e Sebastien Haller, maiores contratações da história do clube, saíram. O brasileiro foi emprestado para o o Porto, enquanto o francês foi vendido ao Ajax. Além disso, vários jogadores conhecidos, não tiveram seu contrato renovado. Zabaleta, Carlos Sánchez e Jack Wilshere, foram alguns casos.
Contratações pontuais no West Ham
Com várias saídas dos Hammers, o clube londrino também mudou o perfil de contratações. É certo também que com a queda de investimentos durante a pandemia, o processo foi forçado. Porém, o novo estilo deu muito certo. Primeiramente, os dirigentes mantiveram o técnico escocês David Moyes. Além disso, a equipe resolveu apostar em empréstimos com opção de compra. Dessa forma, Tomáš Souček, Saïd Benrahma, Vladimir Coufal, Craig Dawson e Jesse Lingard, chegaram ao elenco.
Estilo de jogo do West Ham
Vamos começar a destrinchar o estilo de jogo do West Ham. A principal formação que foi utilizada nesta temporada foi o 4-2-3-1. Porém, isso pode variar. Em vários momentos, David Moyes usou o 3-4-2-1, com alguns “coringas” mudando de posição. Aaron Cresswell e Michail Antonio são os principais exemplos disso. O lateral de origem muitas vezes jogou como zagueiro. Já o ponta atua como um falso 9 em diversas ocasiões.
🧮 217 and counting…
Today @Aaron_Cresswell becomes our second-highest Premier League appearance-maker, behind only Nobes. What an achievement 👏#WHUARS pic.twitter.com/MDMlAuNNHm
— West Ham United (@WestHam) March 21, 2021
O jogo é pelo alto
O West Ham é um dos times mais altos da Premier League. A média de altura da equipe é de 1,83m. Dessa forma, o jogo aéreo é a arma mais letal dos Hammers no Campeonato Inglês, e isso é visto nos números. Na atual edição da competição, os londrinos são a 2ª equipe que mais fizeram gols de cabeça, com 11 tentos. Dessa forma, apenas o Everton é superior no atual quesito, com 13 bolas na rede.
E não é só no ataque que o jogo aéreo prevalece, mas na defesa também. Issa Diop e Craig Dawson é a dupla de zagueiros mais utilizada na temporada, e ambos tem 1,94m e 1,88m, respectivamente. Dawson por exemplo, tem uma média de 70% dos duelos vencidos pelo alto em 2020/21. Além disso, os dois defensores reservas, Ogbonna e Balbuena também são atletas e boa estatura. Assim, o West Ham também é um time difícil de se bater pelo alto. O clube é o 3º que mais tira bolas pelo alto, com 323 intervenções na temporada. Nesse quesito, apenas West Bromwich e Tottenham são melhores.
A excelente dupla de volantes
Declan Rice e Tomáš Souček são, de certa forma, o motor desse time. Como uma equipe muito alta, ter dois volantes ótimos com a bola e presença no ataque, é fundamental. Além disso, ambos são bons marcadores, e ajudam a congestionar o meio-campo, quando o adversário ataca, e dificulta a chegada do oponente em sua área. O checo surpreende pelo número de gols marcados, sendo 9 tentos apenas na Premier League. Além disso, a porcentagem de duelos vencidos pelo alto é de 61%. Como marcadores, ambos tem uma média de 2 interceptações por jogo.
Rice é uma grande promessa da seleção inglesa. O jovem de 22 anos é chamado em convocações pelo técnico Gareth Southgate. O jogador se posiciona muito bem, tem presença no ataque, e é um bom iniciador de jogadas e passador. A bola sempre passa por ele antes de chegar ao campo adversário, o tornando muito ativo no jogo. Além disso, grandes clubes já manifestaram interesse no seu futebol, como o vizinho do West Ham, Chelsea.
Nothing beats this feeling🤩🔥 pic.twitter.com/DmqVEtGbjd
— Declan Rice (@_DeclanRice) March 9, 2021
O trio de meias e falso 9
A equipe do West Ham costuma variar seus pontas em várias partidas da Premier League. Dessa forma, na maioria das vezes, é escalado um ponta de velocidade, e um ponta que busque mais o jogo por dentro. Como velocistas, podemos citar Saïd Benrahma e Jarrod Bowen, por exemplo. O argelino foi um dos melhores jogadores da última Championship pelo Brentford, enquanto o inglês ganhou espaço com David Moyes. Já como meias mais técnicos, Pablo Fornals e Manuel Lanzini tem se destacado.
E por fim, a dupla de gols do West Ham: Jesse Lingard e Michail Antonio. Com a saída de Haller para o Ajax, os Hammers ficaram sem um centroavante de ofício em seu elenco. Porém, nem por isso as coisas ficaram ruins. Antonio foi improvisado como “falso 9”, e tem dado conta do recado. O camisa 30 já marcou 7 gols na Premier League. Além disso, é um jogador forte, que sai muito da área, abrindo espaço. E justamente nisso, entra Jesse Lingard. Sem boas atuações no Manchester United, o camisa 7 foi emprestado a equipe londrina, e chegou voando, marcando 5 gols, e durante as partidas, principalmente ocupando esse espaço que atacante improvisado deixa, ao sair da área.
𝗪𝗵𝗮𝘁 a team this is.
We just keep going! 😍 pic.twitter.com/Xw3eSWHtEF
— West Ham United (@WestHam) March 8, 2021
Números do West Ham
Atualmente, o West Ham ocupa a 5ª posição da Premier League, e está há dois pontos do Chelsea, primeira equipe dentro da zona de UEFA Champions League. Dessa forma, os Hammers também são o segundo melhor clube londrino na competição, atrás dos próprios Blues. Em estatísticas, a equipe tem 14 vitórias, 7 empates e 8 derrotas. O ataque marcou 45 gols e a defesa sofreu 35 tentos. O artilheiro na atual temporada é Tomáš Souček, que balançou as redes 9 vezes.