O Barcelona passa por vários problemas e irregulares, dentro e fora de campo, desde a temporada 2014/15, quando conquistou simplesmente tudo sob o comando do Trio MSN. Mesmo com alguns títulos de La Liga e Copa do Rei no caminho, a sequência de decepções e até certos vexames na Uefa Champions League fizeram o clube ligar um sinal de alerta gigantesco em tudo que acontece, desde estes tropeços até os problemas extracampo, como a clara vontade de Lionel Messi de deixar o clube.
Porém, a temporada 2020/21 tem mostrado uma coisa: o caminho é longo, não é fácil, mas está na direção correta. Após uma tentativa totalmente equivocada com Quique Setién, que substituiu Ernesto Valverde, o Barcelona apostou em um grande ídolo do clube para comandar esta certa “revolução/reformulação”: Ronald Koeman. Mas, como dito ali no início, o caminho não é fácil e o holandês, mesmo sabendo disso, aceitou o desafio em um contexto totalmente desfavorável a ele, com Messi na porta de saída, um (ex)presidente odiado pela torcida e um elenco com vários nomes de ciclo encerrado.
A chegada de Koeman não foi fácil, exatamente por se tratar de um processo lento e que precisa de paciência para funcionar. Resultado negativos no campeonato nacional, atuações altamente dependentes de, principalmente, Messi, Frenkie De Jong e Ter Stegen, e muita crítica por parte da torcida, mas isso tudo com um objetivo claro: iniciar uma reformulação em vários setores.
We have a TRIPLE BIRTHDAY today!
🎂 Joyeux Anniversaire, @AntoGriezmann!
🎂 Van harte gefeliciteerd met je verjaardag, @RonaldKoeman!
🎂 ¡Feliz cumpleaños, @JordiAlba!Happy birthday to all three of you! 🥳 pic.twitter.com/rjGB33uBMq
— FC Barcelona (@FCBarcelona) March 21, 2021
Em relação ao estilo de jogo, o técnico holandês mexeu em várias peças e formações durante a primeira parte da temporada, exatamente para encontrar a melhor sintonia possível e potencializar peças que, no contexto favorável, viriam a ser armas poderosas. Claro que a eliminação na Uefa Champions League 2020/21 para o PSG pesou, principalmente pela atuação no jogo de ida, mas na volta, com um time claramente mais encaixado, o rendimento foi incrível, mas no futebol as coisas acontecem das formas que tem que acontecer e o clube caiu de pé pelo que produziu no jogo da França.
Então, o 2021 do Barcelona mostra um time totalmente com a cara de Ronald Koeman. Todos aqueles testes feitos, que, consequentemente, fizeram com que o time perdesse pontos na Liga, valeram a pena. Hoje, o clube catalão apresenta um futebol de altíssimo no seu esquema de três zagueiros, potencializando peças que estavam irregulares, como os laterais/alas Sergiño Dest e Jordi Alba, duas armas mortais ofensivamente, que precisavam de mais liberdade para atacar e um suporte maior na defesa.
Além disso, Koeman optou por um time mais leve, sem alguém de referência e com mais movimentação, tanto que o trio de ataque do time é Lionel Messi, Antoine Griezmann e Ousmane Dembelé com liberdade para ir de um lado para o outro, trocando de posição com Griezmann, inclusive. Isso deixou todo o time muito mais fluido e versátil, dando várias opções para atacar e criar chances, mas, claro, com uma segurança maior na defesa e transições pelo sistema de três zagueiros. Hoje, são poucos times na Europa que atuam no mesmo nível do Barcelona, o que era, para muitos, algo impensável até o início deste ano.
🌞 Ilaix Moriba is#MondayMotivation 💫 pic.twitter.com/4xbxpOg8tD
— FC Barcelona (@FCBarcelona) March 22, 2021
Outro ponto importante aqui, que entra na questão de reformulação, é a valorização que Koeman tem dado aos jovens do clube, principalmente os da base. Tirando Sergiño Dest (20) e Pedri (17), que não são formados na base, mas viraram titulares indiscutíveis, além de Francisco Trincão (21), o que já mostra que idade não é um problema no time do holandês, Oscar Mingueza (21), Ronald Araujo (22, este que passou pelo Barcelona B), Illaix Moriba (18), Riqui Puig (21) e Ansu Fati (18) são todos jogadores de La Masia utilizados constantemente, algo que a torcida tinha pedido tanto, que era a valorização da sua base que deu grandes frutos no passado.
Utilizar tais peças como Koeman tem utilizado é bom não só para o presente, até porque jogadores como Mingueza e Fati são, em tese, titulares, mas também para prepará-los ao futuro, ainda mais com um ciclo se encerrado. Subir eles para o time principal é uma opção simples e barata, ainda mais pelos problemas financeiros, em meio a pandemia, principalmente, que o clube vem passando há algum tempo e que prometem ter uma mudança com o “novo” presidente Joan Laporta.
Todos os pontos abordados aqui só comprovam que o Barcelona está no caminho certo com Ronald Koeman. O patamar atual do clube não vai mudar da noite para o dia, mas as tarefas a cumprir, como as feitas pelo técnico e, também, na gestão, fazem o torcedor ficar mais empolgado por dias ainda melhores e grandiosos, e menos aflito e preocupado em relação a permanência num buraco sem fim.