Roma-Napoli, clássico importante da Serie A

A Serie A está chegando em sua reta final. A disputa pelo título, rebaixamento e competições européias começa a afunilar, ficando mais direta entre poucos times. Com a Inter disparada rumo ao Scudetto, Milan e Juventus ficam a ver navios mas com vaga praticamente garantida na UCL, restando apenas uma quarta vaga e ela passa a ser cobiçada por três equipes: Atalanta, Roma e Napoli, esses dois últimos jogam neste domingo, em busca da classificação, afastando o rival do caminho.

Roma e Napoli é um daqueles duelos que não importa a circunstância, sempre mexe com o torcedor. É o confronto entre a capital e o Sul italiano, com cerca de uma hora de distância de trem bala ou três horas caso deseje ir via trem comum. Essa pequena distância, só deixa a rivalidade ainda mais acirrada. São duas das cinco maiores torcidas italianas, equipes com grandes jogadores históricos e que vão escrever um novo capítulo neste duelo que já conta com 151 jogos, sendo 53 vitórias Giallorossi, 52 empates e 46 triunfos Partenopeo, em jogos válidos pela Serie A.

Apesar das sete vitórias a mais por parte da Roma, os comandados de Gattuso vem de duas vitórias seguidas, com o último duelo terminando em goleada de 4 a 0. Os Napolitanos buscam a terceira vitória seguida no confronto, algo que não acontece desde 1976/77, quando ganhou por 1 a 0 e chegava a quarta vitória seguida no duelo.

Toda rivalidade é escrita por tabus e obviamente existem marcas importantes quando ambas a equipes se enfrentam. A maior sequência invicta da Roma no classico foi de 10 jogos, entre 1997 e 2010 ou seja, um passado recente que os Azurri querem esquecer. Mas por incrível que pareça o maior jejum de vitórias no confronto é dos Giallorossi e não foi no período em que Maradona trouxe os títulos mais importantes para o Napoli. Foram 19 jogos seguidos sem triunfos para o time da capital italiana sobre os Napolitani e durou entre 1973 a 1981.

Para começar uma nova dinastia no confronto, o Napoli conta com dois jogadores de destaque para vencer a Roma e se firmar no quarto lugar, com um jogo a menos em relação a Atalanta.

Lorenzo Insigne e Piotr Zielinski são os grandes nomes da equipe de Gennaro Gattuso para trazer a vitória no clássico. O primeiro, é o artilheiro da equipe, com 13 gols e capitão da equipe. Insigne é o grande líder da squadra Azurri na temporada. É por meio dele que as jogadas são iniciadas e muitas vezes finalizadas. O camisa 24 abre caminho para os companheiros com dribles (61% de aproveitamento) e bolas longas (69% de aproveitamento), criando até aqui sete chances clara na liga e dando quatro assistências para os companheiros de equipe.

Zielinski, faz parte de um grupo seleto na competição. Ao lado de Mkhitaryan e Milinkovic-Savic, é um dos três meias com pelo menos 6 gols e 6 assistências na liga, sendo 3 passes para gols nas últimas duas partidas. O polonês está em ótima fase  e isso se comprova com os 86% de aproveitamento em passes por jogo, 71% em bolas longas, além de 60% de lançamentos certeiros, ou seja, chegaram aos companheiros e gerou oportunidades de gol. Por ser um jogador de meio-campo, é comum fazer faltas e até levar cartão e o que impressiona Zielinski é ter apenas um amarelo em toda a competição até aqui, comprovando a eficiência no meio Napolitano e sua importância tática. Pois Piotr joga mais avançado com Politano e Insigne e deixa Demme e Fabian Ruiz responsáveis pela marcação.

A Roma apesar do desgaste após a classificação para as quartas da Liga Europa, vem com tudo para cima do Napoli e tem em Borja Mayoral, seu principal jogador para conseguir vencer os rivais. O espanhol vem de uma brilhante partida diante do Shakhtar, com dois gols, se firmando como melhor jogador da temporada. São seis gols e duas assistências na Serie A, enquanto na Liga Europa são sete redes e dois passes decisivos, uma brilhante temporada para o jogador de apenas 23 anos que está emprestado até 2022 pelo Real Madrid.

Mayoral assumiu a titularidade da equipe deixando o bósnio Dzeko no banco de reservas. Uma verdadeira surpresa na temporada. Com 57% de aproveitamento nas finalizações e 77% nos passes, tem se destacado no time e formado um belo trio de ataque com Pedro e Mkhitaryan (lesionado) ou Carles Pérez, uma arma para a defesa napolitana.

Outro destaque Giallorossi é o meia da seleção italiana Lorenzo Pellegrini, de 24 anos. Criado na própria Roma, sabe a responsabilidade que tem de substituir em campo ídolos como De Rossi e Totti. Eleito sete vezes para a seleção da rodada, Pellegrini tem se destacado em uma temporada que sua equipe vem sofrendo com lesões.

São 4 gols e 6 assistências na liga além de uma rede e um passe decisivo na Liga Europa, mostrando sua importância para o time em ambas as competições. É o mais acionado no meio de campo. Se Zielinski é o homem do meio campo Azurri, Lorenzo é o cara do toque de bola para a Roma. Em média, são 59 passes por jogo, aproveitamento de 83%, além de um bom aproveitamento nos dribles (63%) por partida. O que chama a atenção no armador é a sua disposição em ajudar os companheiros seja ofensivamente ou defensivamente, com média de 4.8 disputas de bola vencidas por partida.

Neste domingo, teremos um duelo equilibrado mas com leve favoritismo para o Napoli devido ao cansaço da Roma em ter jogado na Ucrânia e também pelos desfalques. Nomes como Veretout e Mkhitaryan, ambos artilheiros do time de fora da partida podem fazer a diferença. Além disso , Dzeko não vem fazendo uma boa temporada e Mayoral, certamente está desgastado após uma brilhante partida no meio da semana.

Para o Napoli, a volta de Lozano aos relacionados traz a Gattuso mais opções ofensivas para o time e assim como visto na última partida contra o Milan, veremos um time ofensivo e pressionando o adversário desde o começo da partida para tentar a vitória que pode concretizar a boa fase que a equipe começou após a triste eliminação para o Granada, na Liga Europa.

O clássico será transmitido para todo o Brasil pela televisão fechada, às 16h45 (horário de Brasília).