O pragmatismo de Cherchesov

Stanislav Cherchesov assumiu o comando da seleção russa em agosto de 2016, com o duro objetivo de preparar uma seleção russa desacreditada para uma participação honrosa na Copa do mundo de 2018, que seria em sua casa.

Seu legado positivo como treinador, havia sido a conquista da Taça da Polônia e do Campeonato Nacional Polonês na temporada 2015/16, quando comandava o Legia Varsóvia. E como um ex-goleiro da seleção, seu nome era muito bem visto para assumir o comando da seleção nacional.

O legado da Copa do Mundo

A Rússia na Copa do Mundo de 2018 foi de seleção desacreditada à grande revelação da Copa. Os resultados vieram, a Rússia passou da fase de grupos e chegou a eliminar a seleção da Espanha nas oitavas, porém, caiu nas quartas de final nos pênaltis para a Croácia. Sendo assim, Cherchesov havia cumprido seu papel no comando da seleção.

Porém, a verdade é que a seleção russa foi “formada” ao longo dos jogos da Copa. Algumas peças de destaque só tomaram as posições de titularidade, devido a lesões ou mal desempenho do titular do período. São os casos de Dzyuba, que assumiu o lugar de Smolov, que se apresentou muito mal nos primeiros jogos e Cheryshev que assumiu a posição de titular devido a lesão de Dzagoev.

Devido ao bom desempenho da seleção e o fato dos russos terem abraçado a campanha, Cherchesov ganhou o apelido de “Felipão Russo” pela mídia brasileira, fazendo alusão ao treinador Luis Felipe Scolari.

Visto dessa forma, o treinador russo saiu com muita moral e crédito dessa Copa. Porém, a realidade atual é outra.

O pragmatismo nas convocações

As convocações de Cherchesov são muito questionáveis, baseadas em alguns pontos como a falta de alternativas, o excesso de jogadores velhos, a falta de apostas em jovens e a convocação de jogadores que sequer são titulares em seus times. O treinador russo já chegou convocar jogadores que estavam sem clubes e sem ritmo de jogo para partidas da Nations League.

A seleção russa que joga em 2021 é praticamente a mesma que foi convocada para a Copa de 2018, a falta de renovação é uma das maiores criticas ao trabalho do treinador russo, ainda mais quando os resultados dos jogos não são positivos.

O jogo do ataque de 101 anos

Em novembro de 2019 a seleção russa chegou a jogar as eliminatórias da Eurocopa com um ataque de 101 anos de idade, Zhirkov (37 anos), Dzyuba (32 anos) e Ionov (32 anos). Isso se deu na derrota em casa, de 4-1 para a Bélgica, em uma atuação desastrosa e muito criticada.

A última convocação antes da Eurocopa

Na segunda feira, dia 15/03/21, Cherchesov convocou a seleção russa para seus últimos três compromissos antes da Eurocopa. Serão os confrontos contra Malta, Eslováquia e Eslovênia, todos valendo pelas eliminatórias da Copa do Mundo. E mais uma vez, sua convocação foi cercada de criticas, pragmatismo e falta de novidades.

Essa lista esta repleta de jogadores com idades avançadas como Dzhanaev (34 anos), Shunin (34 anos), Kudryashov (33 anos), Zhirkov (37 anos), Neustädter (33 anos), Dzyuba (32 anos). É preciso deixar claro que essa seleção envelhecida de Cherchesov é por opção pessoal, vide o fato da existência de bons e jovens nomes russos da geração atual.

Abalado por críticas a Rússia chegará a mais uma competição internacional sem brilhantismo, será que se configurará como um vexame ou surpreenderá como em 2018?