O time era do novo técnico, Miguel Ángel Ramirez. O esquema de jogo era diferente também. No entanto, o Inter apresentou alguns velhos problemas. A destacar, entre outros aspectos positivos, foram os três pontos, a vitória no final e o fato de ficar na zona de classificação às semifinais do Campeonato Gaúcho 2021.
Para enfrentar o Ypiranga, no Beira-Rio, uma das boas equipes do Gauchão 2021, o Inter de Miguel Ramirez apresentou um esquema tático diferente, com um conceito de jogo diferente do que vinha se utilizado pelo Inter ao longo da temporada passada. A principal mudança logo foi possível ser vista: Edenílson jogando logo à frente dos zagueiros e procurando organizar as jogadas por ali. Além disso, mais adiante e abertos, Praxedes pela esquerda e Nonato pela direita. No ataque, três jogadores bem posicionados e pressionando a saída de bola adversária. Yuri Alberto centralizado, Peglow pela esquerda e Marcos Guilherme pela direita. No sistema defensivo, as novidades ficaram por conta da volta de Zé Gabriel e da entrada de Danilo Fernandes no gol. De resto, tudo como vinha sendo utilizado: Rodinei, Victor Cuesta e Moisés. Um 4-3-3 bem definido e com a ideia de jogo de manutenção de seus espaços e pressão sob o Ypiranga.
Evidente que todas as mudanças, principalmente uma que envolve um novo conceito de jogo, requer tempo para surtir efeitos. Porém, é preciso analisar o que o Inter apresentou em campo e o que funcionou e o que deu errado. E o Inter teve dificuldades. Mesmo abrindo o placar logo no início de partida com Yuri Alberto, o time de Miguel Ramirez teve muitos problemas de ordem técnica. Muitos jogadores abaixo de seus potenciais, errando passes simples e, por vezes, forçando algumas jogadas. O Ypiranga, uma equipe bem organizada, veloz e objetiva, soube se aproveitar dos erros e no início do segundo tempo já vencia por 2 a 1.
O Inter então resolveu mudar. Rodrigo Lindoso entrou na função de Edenílson e esse avançou no meio-campo. Para a melhora da equipe, foi também fundamental a entrada de Caio Vidal no ataque, aberto pelo lado direito, onde conseguiu produzir as melhores jogadas do Inter. O empate com Zé Gabriel, de cabeça, deu mais fôlego e força ao Inter, que saltou na frente com cobrança de pênalti de Edenílson e sacramentou a vitória de 4 a 2 no último lance da partida com Patrick.
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— Sport Club Internacional (@SCInternacional) March 15, 2021
Miguel Ramirez, que não ficou na casamata ontem pelo fato de não ter sido inscrito em tempo e que ainda violou a regulamentação ao entrar na área de jogo para passar instruções ao seu auxiliar, vai ter trabalho para implementar sua filosofia de jogo. Nada de surpresa, pois esse é exatamente o processo quando se deve fazer mudanças. Mas, ontem, no Beira-Rio, os problemas apresentados pelo Inter não foram de ordem tática. As dificuldades tiveram origem nas escolha das peças e também no baixo rendimento técnico de muitas delas. As situações estão totalmente interligadas, pois para que um novo esquema tático seja implementado com sucesso e comece a dar seus frutos é preciso, além de tempo, que o nível técnico da atuação dos jogadores seja elevado e que a escolha deles seja acertada.