Ivan Jurić, o aprendiz de Giampiero Gasperini

Ivan Juric é um croata nascido em 25 de agosto de 1975. Foi um meio-campista conhecido por ser habilidoso e versátil, hoje é treinador do Hellas Verona desde a temporada 19-20. Um técnico considerado promissor na Itália. Na temporada 19/20 o Verona terminou a Série A em 9° lugar, e nessa temporada está em 8°, ousando disputar até o fim do campeonato uma vaga na UEFA Europa League, o que seria um grande feito para a sua equipe.

Um ponto que chama muito atenção em sua carreira é que Juric foi assistente de um já famoso técnico na Itália, Gian Piero Gasperini. Ele trabalhou em sua comissão técnica na Internazionale em 2011 e no Palermo em 2012. Depois assumiu o Mantova na temporada 2014/2015 até chegar no Verona. Ambos possuem ideias bem diferentes de como jogar na perspectiva mais ampla. A Atalanta é uma equipe que gosta da posse, construir de maneira lenta, com muita circulação de posse e tentando gerar desequilíbrios. O Verona de Juric já encara o jogo de outra maneira, com menos posse, busca atacar prioritariamente com ataques rápidos nos corredores laterais e passes mais longos para os jogadores de frente.

Ivan Juric também se inspirou em algumas ideias de seu antigo mentor para montar o seu modelo de jogo. No Verona vemos um comportamento parecido a Atalanta quando a equipe joga em um bloco mais alto. A similaridade está nas referências e ideias do Juric em bloco alto, marcações individuais, pressão no goleiro fechando linha de passe, procura ter cuidado com o homem-livre do adversário, e utilizando os alas mais avançados, marcando os laterais adversários. No jogo contra o Milan esses padrões ficaram bem nítidos.

O Milan basicamente organizava a sua saída de bola em um 2-4-4. E o Verona respondia marcando individualmente cada atleta do Milan. Lasagna e Zaccagni marcavam os zagueiros, Barak e Veloso os médios mais recuados do Milan e Tameze perseguia individualmente o Krunic. Os alas marcavam os laterais do Milan e os zagueiros os outros atacantes. O Verona não costumava pressionar o Donnarumma deixando ele livre para jogar, mas o Milan também não conseguia progredir com passes curtos, sendo obrigados a tentar bolas mais longas, mas o Verona conseguia levar vantagem na maioria das vezes e recuperava a bola.

Quando o Milan tentava criar homem-livre nos zagueiros com o Donnarumma sendo pressionado, o Verona fazia uma troca na marcação individual. Exemplo: Donnarumma atrai o Zaccagni com a bola, que deixa de marcar o Tomori e ele se torna homem-livre, então Donnarumma passava a bola para o Meite, que era marcado pelo Veloso, e ele entregava de primeira para Tomori que era o home-livre. Porém para não dar espaço e tempo para o Tomori, Veloso deixava de marcar Meite e pressionava o zagueiro, enquanto o Zaccagni voltava para marcar o volante do Milan. O que obrigava o clube de Milão a tentar o chutão.

 

A Atalanta também toma cuidado com os homens-livres dos seus adversários, com dinâmicas e movimentos diferentes, mas com a mesma intenção.

O croata ainda tem muito que mostrar para chegar ao mesmo nível do seu mestre, mas está indo por um bom caminho, fazendo um bom trabalho no Verona mesmo em um cenário desconfortável para qualquer técnico de futebol. Pode surpreender em um futuro próximo, vamos ficar de olho!