A Fiorentina recebeu a Roma no Artemio Franchi, pela 25ª rodada da Serie A. Em busca de reabilitação no campeonato, fez um primeiro tempo melhor, mas novamente caiu de produção no final. Com requintes de crueldade, levou o segundo gol aos 44 minutos da segunda etapa e perdeu mais uma.
O resultado é ruim, mas, por um lado, poderia ser pior. Com as derrotas de Spezia e Benevento, a Viola segue na 14ª colocação, com 25 pontos. O problema, porém, é que a distância para a zona de rebaixamento diminuiu. Apenas cinco pontos de diferença para o Torino, que tem dois jogos a menos, e está no 18º lugar da Serie A.
Homenagem para Astori
Se a derrota é digna de ser esquecida, ao menos tivemos um momento bonito no duelo. Aos 13 minutos do primeiro tempo, a uma foto de Davide Astori surgiu no telão do Artemio Franchi. A imagem foi seguida, então, por aplausos de ambas as equipes. Neste dia 4 de março, completam-se três anos do falecimento do eterno capitão da Fiorentina.
Aos 31 anos, o zagueiro foi encontrado morto em seu quarto de hotel, em Udine, às vésperas de um jogo da Serie A. Ele foi vítima de uma parada cardíaca. Abaixo, o momento da homenagem.
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— ACF Fiorentina (@acffiorentina) March 3, 2021
Igor Julio
Escalado pela primeira vez na ala-esquerda, o brasileiro foi bem. Se apresentando para o jogo, dominando a bola com qualidade no espaço reduzido e até arriscando passes mais verticais. Não é surpresa que Igor tem habilidade com a bola o pé. Formado no Red Bull Brasil, chegou a atuar na posição de meia. Com o passar do tempo foi recuando até se tornar zagueiro. No entanto, na Viola, ainda não havia atuado fora da linha de defensores.
Infelizmente, aos 40 minutos, sentiu uma lesão no pé após dividida dura. Azar puro. Com uma expressão de dor muito forte, teve de deixar o campo para a entrada de Biraghi. Esperamos que não seja nada de mais grave com o camisa 98 da Fiorentina.
Primeiro tempo melhor
A Viola foi melhor, dentro de sua proposta mais reativa. Marcou bem a Roma, que não teve inspiração nos primeiros 45 minutos. Quando os espaços se abriram, Franck Ribéry foi acionado. O francês se apresentou bastante no jogo de hoje. Só que o time comandado por Prandeli voltou a falhar na conclusão.
Foram duas as chances mais perigosas. Em chute de Dusan Vlahovic, que o goleiro adversário espalmou, e em contra-ataque desperdiçado. Ribéry carregou bem a bola, mas tocou forte demais para Gaetano Castrovilli. A bola ficou nas mãos do arqueiro.
Na defesa, somente uma intervenção de Dragowski, espalmando chute de fora da área, já aos 44 minutos. O argentino Martinez Quarta mais uma vez mostrou que é o zagueiro do futuro da equipe. Desarmando bastante e com muita energia, vai se habituando, aos poucos, ao ritmo do calcio.
So que aí…
Novamente, a equipe perdeu intensidade na segunda etapa. Vem sendo comum observarmos falhas do setor defensivo, por vezes, em virtude do cansaço. Dessa vez foi desatenção pura mesmo. Logo aos três minutos, Spinazzola completou de primeira uma bola alçada na área. A finalização ainda passou embaixo do corpo do goleiro Dragowski antes de balançar as redes.
Apesar do golpe repentino, a Viola não se intimidou logo de cara. Principalmente Ribéry, correndo muito e sendo bastante prestativo. Foi com ele que nasceu a jogada do empate. A Fiorentina ainda teve sorte que Veretout, da Roma, sentiu uma lesão no meio do lance e abandonou a marcação. Na conclusão, Spinazzola (de novo ele) se afabou no cruzamento e jogou contra as próprias redes.
E aí que vem o momento mais questionável do jogo. Diante de uma disputa franca, acelerada, na qual ambos os times poderiam marcar, Prandelli optou por cadenciar o jogo. Ribéry deixou o campo. Natural, por conta do cansaço. Mas as entradas de Cáceres e Valero no fim chamaram ainda mais a Roma para o campo de ataque.
Assim como contra a Udinese, a Fiorentina quis negociar o empate. E acabou com a derrota. Gol de Diawara, aos 44 minutos do segundo tempo. O VAR ainda teve que entrar em ação para validar, introduzindo requintes de crueldade à decisão. Novamente, um castigo tardio em mais um jogo no qual a Viola não foi tão mal. Contudo, se apequenou…
⏱ | 90’+5 Triplice fischio di Calvarese, al Franchi finisce 1-2
Fiorentina 🆚 Roma 1️⃣-2️⃣#ForzaViola 💜 #Fiorentina#FiorentinaRoma #FIOvROM pic.twitter.com/EIxgy7Ebv3
— ACF Fiorentina (@acffiorentina) March 3, 2021
Dependência de Ribéry?
A Fiorentina se mostrou novamente refém das atuações de um veterano de quase 38 anos. Quando Ribéry está bem, disposto a jogar, a equipe rende. No primeiro tempo, as únicas duas oportunidades saíram dos pés do francês. O problema é que os demais jogadores não ofereceram AJUDA ao seu principal jogador.
Vlahovic perdeu sua chance, Castrovilli não correu na outra. Em termos criativos, a Viola tem, talvez, a pior equipe da década. Dependendo demais de Ribéry e Castrovilli, é impressionante como ambos nunca estão na mesma sintonia nas mesmas partidas. Vivem de lampejos esporádicos.
Dessa forma, a esquadra tenta se segurar defensivamente. Contudo, as falhas sempre aparecem. Às vezes demoram mais, como neste duelo contra a Roma. Mas aparecem. Diante desse cenário, o time não consegue encontrar um estilo de jogo adequado. Tem boas peças, mas falta encaixe. Sem saber quando atacar ou quando defender, a Viola agoniza na Serie A, enquanto torce contra adversários igualmente incapazes.
E agora…?
No próximo domingo, às 11h (de Brasília) o time violeta tem pela frente uma verdadeira final de campeonato no Artemio Franchi. O jogo é contra o Parma, penúltimo na tabela com apenas 15 pontos. Vencer é mais do primoridal na corrida contra o rebaixamento. E, em uma disputa nivelada por baixo, não é preciso muito mais do que superar adversários como estes. Veremos se a Viola será capaz.
Por fim, também vale ficar atento ao departamento médico. Contra a Roma, além de Igor Julio, Castrovilli também deixou o campo lesionado. Bonaventura já está sem jogar há algum tempo, e Ribéry sempre é incógnita antes das partidas. Possivelmente, teremos um time desfalcado, só para piorar um pouquinho a situação…